Saúde Mental no Trabalho: Uma Prioridade Segundo a NR-1
- Dr. Daniel Neves Rodrigues
- 9 de mai.
- 3 min de leitura
Atualizado: 14 de mai.
A saúde mental no ambiente de trabalho é um tema que exige cada vez mais atenção das empresas. Além das novas exigências do mercado, que valoriza o bem-estar e o equilíbrio dos colaboradores, as recentes mudanças na Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), com a inclusão expressa dos riscos psicossociais, trouxeram um novo cenário para as organizações. Agora, a saúde mental é formalmente uma questão de segurança do trabalho e deve ser tratada com a mesma seriedade e rigor que os riscos físicos e acidentes. Negligenciar essa questão não é apenas prejudicial para os funcionários, mas também pode acarretar sérias consequências financeiras e legais para a empresa, incluindo baixa produtividade, alta quantidade de afastamentos do trabalho, multas e processos trabalhistas.

Os riscos psicossociais são as características da organização do trabalho que potencialmente podem afetar a saúde mental dos trabalhadores. Não se trata de uma questão individual, mas sim de fatores presentes no ambiente de trabalho que interagem com as vulnerabilidades de cada pessoa. A NR-1, em conjunto com a NR-17 (Ergonomia), aborda esses riscos em seus diversos aspectos, incluindo:
Organização do trabalho: ritmo acelerado, alta demanda por produtividade, longas jornadas de trabalho, falta de autonomia e de controle sobre as tarefas, trabalho repetitivo e monótono, turnos e horários inflexíveis, insegurança no emprego, etc.
Estilo de gestão: liderança autoritária ou negligente, assédio moral ou sexual, discriminação, falta de reconhecimento e de valorização do trabalho, comunicação inadequada, falta de feedback, etc.
Relações interpessoais: conflitos interpessoais, isolamento social, falta de suporte dos colegas e superiores, competição excessiva entre colegas, etc.
Condições do ambiente de trabalho: ruído excessivo, temperatura inadequada, iluminação insuficiente, vibrações, espaço físico inadequado, falta de privacidade, exposição a agentes químicos e biológicos, etc.
A exposição prolongada a esses riscos pode levar a diversos problemas de saúde mental, como:
Estresse: reação natural do organismo a situações de pressão, mas que, quando excessivo e crônico, pode levar a problemas físicos e mentais.
Ansiedade: sentimento de preocupação, nervosismo e medo intenso, que pode prejudicar o desempenho, as relações interpessoais e a qualidade de vida.
Depressão: doença mental caracterizada por tristeza profunda, perda de interesse, falta de energia, distúrbios do sono e do apetite, sentimentos de culpa e inutilidade, etc.
Síndrome de Burnout (Esgotamento Profissional): estado de exaustão física, emocional e mental causado por estresse crônico no trabalho. Caracterizada por exaustão emocional, despersonalização ou cinismo e baixa realização profissional.
Existem fatores que protegem a saúde mental e podem ser fortalecidos pelas empresas, como:
Autonomia e controle sobre o trabalho: dar aos colaboradores maior autonomia e controle sobre suas tarefas e horários.
Reconhecimento e valorização do trabalho: reconhecer e valorizar o trabalho dos colaboradores, oferecendo feedback positivo e oportunidades de desenvolvimento.
Suporte social: promover um ambiente de trabalho colaborativo e de apoio mútuo entre colegas e superiores.
Equilíbrio entre vida pessoal e profissional: implementar políticas que facilitem a conciliação entre vida pessoal e profissional, como horários flexíveis e trabalho remoto.
Significado e propósito no trabalho: desenvolver uma cultura que valorize o significado e o propósito do trabalho, mostrando aos colaboradores como suas atividades contribuem para os objetivos da organização e para a sociedade.
Ambiente de trabalho saudável: oferecer um ambiente físico e psicossocial de trabalho saudável, livre de assédio, discriminação e violência.
Investir na prevenção de problemas de saúde mental é um investimento estratégico para as empresas. Ao cuidar da saúde mental de seus colaboradores, as empresas aumentam a produtividade e a lucratividade, pois funcionários saudáveis são mais produtivos. Também Reduzem o absenteísmo (ausência não planejada e recorrente de funcionários do seu local de trabalho, seja por faltas, atrasos ou saídas antecipadas) e o presenteísmo (situação em que um trabalhador comparece ao trabalho, mas está física ou mentalmente debilitado, o que afeta a sua produtividade e qualidade do trabalho).
Com o olhar mais atento em saúde mental, as organizações podem minimizar os riscos de conflitos e processos trabalhistas, são mais capacitadas para atrair e reter os melhores talentos, melhoram sua imagem e reputação, fortalecem o clima organizacional e asseguram a conformidade com a legislação, evitando multas e penalizações.
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